Abismo- Ruídos de “regeneração”
By Monalisa Rocha Ribeiro
Abismo? O que viria a ser ABISMO?
Formalmente ABISMO, remete a conceitos tanto físicos, quanto simbólicos.
Contudo, uma nova definição para ABISMO foi criada pelo denominado “Outro”.
Um projeto de sons experimentais, bebidos de uma atmosfera sonora de inércia e solidão, que mistura os sentidos levando não só a mente, mas a todos os sentidos do corpo a sensação de estarem no “ABISMO”.
Procuro analisar aqui numa perspectiva intrinsecamente particular, o álbum “Ventos de Éter (Por uma Experiência Niilista de Ruídos Mortos em Ambiente de Extinção)”, concebido por Outro no ano de 2009, contendo duas faixas de respectivamente 24:14min. e 36:16 min., “01 - A vida dos não-humanos, o gosto das margens e a bomba de vácuo” e “02 - Máscaras vazias em carne (Distúrbio 6445).”
A análise aqui abordada se funda não em preceitos “racionais” explicativos, mas sensoriais, dos sentidos doados e absorvidos através do ABISMO que se concebe, ou melhor, do que se regurgitou de mim.
Formalmente ABISMO, remete a conceitos tanto físicos, quanto simbólicos.
Contudo, uma nova definição para ABISMO foi criada pelo denominado “Outro”.
Um projeto de sons experimentais, bebidos de uma atmosfera sonora de inércia e solidão, que mistura os sentidos levando não só a mente, mas a todos os sentidos do corpo a sensação de estarem no “ABISMO”.
Procuro analisar aqui numa perspectiva intrinsecamente particular, o álbum “Ventos de Éter (Por uma Experiência Niilista de Ruídos Mortos em Ambiente de Extinção)”, concebido por Outro no ano de 2009, contendo duas faixas de respectivamente 24:14min. e 36:16 min., “01 - A vida dos não-humanos, o gosto das margens e a bomba de vácuo” e “02 - Máscaras vazias em carne (Distúrbio 6445).”
A análise aqui abordada se funda não em preceitos “racionais” explicativos, mas sensoriais, dos sentidos doados e absorvidos através do ABISMO que se concebe, ou melhor, do que se regurgitou de mim.
O som número 1, do “Ventos de Éter”, leva o individuo ( no caso se refiro a mim) ao estado de coma, de desfalecimento, um estado de inconsciência de si, que cria gradativamente uma atmosfera paralela a suposta “realidade” do ser e sentir humano. Inicialmente ainda é possível a distinção do som e do ser, é possível ainda ser ver outro de toda essa degeneração sonora, o que vai ser se transmutando ao longo dos ruídos perturbadores, o som, você e o ambiente, a hibridização do corpo, da mente com o ambiente de degeneração.
Os riffs da guitarra, as vozes inquietantes, os estouros, fazem do som um ser orgânico e autônomo, que invade seus sentidos, que altera suas percepções. Ele cria sensores que se ligam a seu corpo, que se fundem como parasitas, mas possibilitam a concepção de um novo mundo, da sensação de essência do ser, de onde tudo vem e para onde ininterruptamente tudo caminha, o nada. Passa-se a viver o som, a viver as variadas sensações que se concebem de um a priori nada significativo, que a princípio lhe perturba, e a posteriori lhe anestesia, possibilitando assim, enxergar a face do nada, do vazio, do ABISMO que se encontra em você.
Os riffs da guitarra, as vozes inquietantes, os estouros, fazem do som um ser orgânico e autônomo, que invade seus sentidos, que altera suas percepções. Ele cria sensores que se ligam a seu corpo, que se fundem como parasitas, mas possibilitam a concepção de um novo mundo, da sensação de essência do ser, de onde tudo vem e para onde ininterruptamente tudo caminha, o nada. Passa-se a viver o som, a viver as variadas sensações que se concebem de um a priori nada significativo, que a princípio lhe perturba, e a posteriori lhe anestesia, possibilitando assim, enxergar a face do nada, do vazio, do ABISMO que se encontra em você.
Essas novas percepções, os novos sentidos, eles caminham juntos até certo ponto, por certo tempo eles ainda podem ser “sentidos”, mas isso vai se perdendo, vai se perdendo junto com você, e no seu ultimo estado de consciência você se vê no vazio das sensações, o som ainda está vivo, você ainda está vivo, mas nada parece como antes, os gritos, os ruídos, os estouros, toda a sensação que te perturbava, ela se assenta em seu ser, você não sente mais as variações, não sente sua percepções, você não sente mais você, apenas entra em coma, essa é por fim a definição da “ Vida dos não-humanos, o gosto das margens e a bomba do vácuo”.
A segunda musica do “Ventos de Éter” , é um som antagônico ao primeiro, batidas fortes e barulhos que não se definem servem de introdução.
Muito mais perturbador que a primeira faixa, os barulhos inquietantes e contínuos, você parece não agüentar aquilo entrando pelos seus ouvidos, ruídos ensurdecedores.
A segunda musica do “Ventos de Éter” , é um som antagônico ao primeiro, batidas fortes e barulhos que não se definem servem de introdução.
Muito mais perturbador que a primeira faixa, os barulhos inquietantes e contínuos, você parece não agüentar aquilo entrando pelos seus ouvidos, ruídos ensurdecedores.
Por um momento pensei em não mais ouvir, aquilo realmente lhe consome, os riffs pesados da guitarra, as variações de som, tão intensas de repente param e você pensa que felizmente aquela agonia vai passar, mas retornam, por varias e varias vezes, eles não lhe dão uma sensação de vazio, mais de destruição, destruição dos sentidos, você não vê, não sente, tudo vai se destruindo por dentro , sendo torturados e dilacerados literalmente por esse som que se apresenta tão agressivo.
36 minutos de aflição, com todo o poder da palavra “aflição”. Idas e voltas dessa agonizante melodia, mas você não consegue parar de ouvir, e você se pergunta: “Qual será o final?”
Mas não há final, não há começo, você se perde na procura por que não há respostas, o que existe é apenas a sensação de mortificação.
A sensação de mortificação, de aflição, de tortura, é inevitável. E isso vai se intensificando, você não pensa mais em não ouvir, por que pouco a pouco não se há mais barulho, a aflição foi controlada, e como a sensação de pôr o dedo em uma pedra de gelo, no inicio perturba, mas pouco a pouco adormece, e você desiste de resistir, se entrega e se torna parte daquilo.
ABISMO- ambiente de “regeneração”, isso é o som que eu vos apresento, baseando-se “Ventos de Éter” e em outros singulares trabalhos de OUTRO, o que se possui nessas sonoridades não são apenas marcações sonoras e perturbadoras, que lhes suscitam aflição e desespero, elas criam outra atmosfera, outro ser, não se ouvi ABISMO, se vive!
36 minutos de aflição, com todo o poder da palavra “aflição”. Idas e voltas dessa agonizante melodia, mas você não consegue parar de ouvir, e você se pergunta: “Qual será o final?”
Mas não há final, não há começo, você se perde na procura por que não há respostas, o que existe é apenas a sensação de mortificação.
A sensação de mortificação, de aflição, de tortura, é inevitável. E isso vai se intensificando, você não pensa mais em não ouvir, por que pouco a pouco não se há mais barulho, a aflição foi controlada, e como a sensação de pôr o dedo em uma pedra de gelo, no inicio perturba, mas pouco a pouco adormece, e você desiste de resistir, se entrega e se torna parte daquilo.
ABISMO- ambiente de “regeneração”, isso é o som que eu vos apresento, baseando-se “Ventos de Éter” e em outros singulares trabalhos de OUTRO, o que se possui nessas sonoridades não são apenas marcações sonoras e perturbadoras, que lhes suscitam aflição e desespero, elas criam outra atmosfera, outro ser, não se ouvi ABISMO, se vive!
De fato se sente as vibrações, sente-se a agonia, aquilo é absorvido pelo seu corpo, e por sua mente. Você pouco a pouco se perde do som, se perde de si e essa experiência não se limitará há 1hora de ruídos degeneradores, isso mudará sua percepções e concepções, mediadas por um ABISMO que se despertou em você.
Assim é concluído sua “Experiência Niilista de Ruídos Mortos em Ambiente de Extinção”, de um ambiente degenerador, que concebe a regeneração do sentindo da essência da vida, em que se tenta camuflar por sentidos superficiais adversos, mas por fim se encontram numa caixa vazia e escura abandonada dentro da sua mente.
*Esta revisão foi feita por Monalisa Rocha Ribeiro; Licenciatura Plena em História, Universidade Estadual da Paraíba
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